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PLURAL: os textos de Atílio Alencar e Fabiano Dallmeyer

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  • O mundo invertido da cultura 
    Atílio Alencar
    Produtor cultural

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    Nada melhor do que conhecer os bastidores da produção cultural pra desfazer a impressão glamourosa que por vezes esse tipo de trabalho pode gerar. Neste sentido, o trânsito pelas dimensões invisíveis do espetáculo - palcos em processo de montagem, cabines de controle, coxias, camarins, backstages e afins - permite uma perspectiva do processo mais do que do produto. Dizer isso parece reforçar o óbvio, mas dado o volume incomensurável de bobagens preconceituosas que se diz sobre o trabalho com cultura, às vezes é necessário um certo didatismo.

    Santa Maria tem, via de regra, uma agenda cultural razoavelmente agitada (obviamente, essa afirmação precisa ser relativizada atualmente). Claro que frequentar todos os eventos é praticamente impossível para quem precisa conciliar fruição artística com o batente na manhã seguinte. No meu caso, o "privilégio" reside no fato de que meu trabalho consiste justamente em me fazer presente em muitas apresentações. Não que isso me favoreça enquanto espectador; talvez por uma questão de ângulo de observação - mas jamais pela tranquilidade e relaxamento. Quem trabalha como operário da arte sabe do que estou falando. Para quem não trabalha, recomendo atenção aos detalhes.

    Sabe aquele som cristalino que pulsa nos amplificadores direcionados ao público? Ou a luz que cria a atmosfera dos shows e espetáculos teatrais? Os elementos visuais que compõem o cenário? A expressividade da maquiagem e dos figurinos? Pois é. São necessárias centenas de horas e muitas mãos envolvidas na construção da paisagem sensível que você admira ou critica enquanto assiste ao espetáculo. Os acertos técnicos, embora geralmente creditados pelos artistas nos agradecimentos, acabam eclipsados pelo resultado geral do evento, com ampla ênfase para os talentos expostos sobre o palco. Já os erros, estes não passam nunca despercebidos - e são nesses momentos ingratos que se costuma amaldiçoar a face ausente do técnico responsável pela falha. Triste sina, a de quem só conhece da fama seu lado cruel.

    A maioria dos eventos que assisto é do ponto de vista do produtor. E o que sempre testemunho é a convergência de esforços entre artistas, técnicos e produtores para que a coisa aconteça da melhor maneira possível. É um processo fascinante. Apaixonante, na verdade. A respiração nos bastidores, a jornada intensa de trabalho para deixar o som redondo, a luz afinada, o figurino ajustado, o cenário funcional e significativo - tudo isso, perdoem-me o clichê, é um espetáculo à parte.

    Quando os músicos enfim sobem ao palco e os primeiros acordes avançam como ondas buscando o corpo da plateia, ou quando o pano sobe para revelar os atores em cena, um primeiro alívio se esboça. Mas logo é substituído por uma nova tensão, pela necessidade de corrigir alguma falha, pela urgência da manutenção permanente que qualquer evento exige.

    Conhecer esse "mundo invertido" da cultura, o avesso do palco, é uma experiência arrebatadora. Acima de tudo, fortalece o respeito por quem dedica inteligência e força braçal para materializar o espetáculo.


    O Hallowen
    Fabiano Dallmeyer
    Fotógrafo

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    O Halloween, chamado de Dia das Bruxas no Brasil, é uma festa com temas sombrios e comemorada anualmente em 31 de outubro.

    A origem da festa de Halloween possui uma grande trajetória, praticada há mais de 3 mil anos. Surgiu com o povo celta, que era politeísta e acreditava em diversos deuses relacionados com os animais e as forças da natureza. Os celtas celebravam o festival de Samhain, que tinha a duração de 3 dias, com início no dia 31 de outubro. Nela, além de se comemorar o fim do verão, comemorava-se a passagem do ano celta, que tinha início no dia 1 de novembro.

    Mais tarde, durante a Idade Média, a Igreja começou a condenar o evento, e daí surgiu o nome "Dia das Bruxas". Assim, na tentativa de afastar o caráter pagão da festa, o Papa Gregório III promoveu alterações no calendário, de modo que o Dia de Todos os Santos passou a ser comemorado no dia 1 de novembro, o que antes acontecia no dia 13 de maio, e esta data acabou adotando várias tradições do Samhain. Em inglês, o evento se chama "All Hallows Eve", que significa justamente "Véspera de Todos os Santos". Com o tempo, o nome passou para "Halloween".

    A ABÓBORA

    Aquela abóbora esculpida com um sorriso nem sempre simpático - e por vezes ameaçador - que é a cara do Halloween se chama Jack O'Lantern. O costume de esculpi-la vem de uma lenda irlandesa sobre um homem que tinha o apelido de "Stingy Jack" ("Jack mesquinho", em português).

    A lenda conta que Stingy Jack convidou o Diabo para um drink. Fazendo jus à fama, Jack não quis pagar a parte dele da conta e ainda conseguiu convencer o Diabo a se transformar numa moeda. O Diabo topou, mas Jack, em vez de pagar, colocou a moeda no bolso junto a um crucifixo de prata, o que impedia que o Diabo voltasse a se transformar. Quando o libertou, Jack fez um acordo com o Diabo para que não voltasse a incomodá-lo e nem ficasse com sua alma. Quando Stingy Jack morreu, nem Deus nem o Diabo o aceitaram em seus domínios. Assim, Jack ficou solto, vagando nas noites com apenas um carvão em brasa para iluminar o caminho. Decidiu então esculpir um nabo, colocar o carvão dentro criando uma lanterna e sair para assombrar a Terra.

    Na Irlanda, ficou conhecido como "Jack of the Lantern" ou "Jack O'Lantern", e as pessoas faziam suas próprias versões das lanternas esculpindo rostos assustadores em nabos ou batatas e deixando em suas janelas para afastar maus espíritos. Com o passar dos anos, a tradição cruzou o oceano e a hortaliça escolhida para as esculturas pelos norte americanos passou a ser a abóbora.

    Hoje, a tradição da abóbora agrega valor a um produto agrícola comum, como nos mercados que vendem a hortaliça com decoração alusiva ao Halloween.

    E aí? Doces ou travessuras?


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